Entenda o que é, quais são as consequências e as correções para Baixa Visão

baixa visão

A função visual de cada indivíduo é estudada e avaliada por meio da acuidade visual, do campo visual, da sensibilidade ao contraste, da visão de cores e da binocularidade. Assim, as estratégias e ações para habilitação e reabilitação visual são estabelecidas por profissionais capacitados a partir das necessidades e dos impactos que essas deficiências exercem no dia-a-dia de cada um.

A Acuidade Visual – AV, é a capacidade de identificar a forma e o contorno dos objetos. A baixa acuidade visual acontece quando o nível da visão, mesmo com a melhor correção óptica, permanece inferior ao considerado normal e interfere nas atividades básicas da pessoa. Pela definição da Organização Mundial de Saúde, devemos ter iniciativas de promoção da saúde ocular nas quais o indivíduo possa ser auxiliado de maneira significante, por recursos para melhor resolução visual.

A maneira correta para medir AV é através de um profissional da saúde visual que utilizará normalmente uma Tabela de Snellen, avaliando cada olho separadamente. No caso de perda visual este será detectado como portador de baixa visão.

Os serviços de atenção à baixa visão utilizam a definição de Bangcok (1992), endossada pela reunião em Oslo (2004) que afirmam que a pessoa com baixa visão é aquela que apresenta, após tratamentos e/ou correção óptica, diminuição de sua função visual e tem valores de AV menor do que 0,3 (20/60) à percepção de luz, porém, usa ou é potencialmente capaz de usar a visão para o planejamento e/ou execução de uma tarefa.

A maior parte da população considerada cega tem na verdade baixa visão e é, a princípio, capaz de usar sua visão para desempenhar alguma atividade diária como por exemplo, ver as pessoas, mas não reconhecê-las ou ainda no caso de crianças que enxergam a lousa, mas não decifram as letras. A Baixa Visão é mais comum entre idosos, mas pode ocorrer em pessoas de qualquer idade.

O número de pessoas com deficiência no Brasil é pouco conhecido, dados estatísticos estimam a existência de 45 milhões de cegos no mundo, muitos destes por vícios de refração não corrigidos. Quando se realiza uma avaliação de paciente de baixa visão, é de grande importância fazer uma boa refração, além de muita paciência e equipamentos próprios para avaliação com rigor. Após realizar essa avaliação deve-se ter como conduta a indicação de auxílios ópticos tais como óculos, lentes de contato, tele lupas, entre outros, ou então os não ópticos, como cães guia, bengalas, aparelhos sinalizadores, etc.

A maioria das causas de cegueira é desconhecida ou idiopática, seguida de causas hereditárias da primeira infância, perinatais e intrauterinas, mas as mais importantes são os vícios refrativos não corrigidos, catarata, glaucoma, sequelas de traumatismos, retinopatia diabética, degeneração macular relacionada à idade, entre outras patologias. Podemos classificar a Baixa Visão em leve, moderada, profunda, severa e perda total da visão.

Numa avaliação de paciente com baixa visão, importante ter como objetivo o diagnóstico e o tratamento, o reconhecimento das características visuais funcionais, o reconhecimento da funcionalidade do indivíduo, o reconhecimento de aspectos ambientais e sociais e o reconhecimento de expectativas e necessidades do paciente.

Qualquer generalização no caso de indivíduos com Baixa Visão é arriscada, o ideal é sempre conhecer e procurar entender cada caso e suas necessidades. Ainda há muita falta de informação sobre o assunto, o que acaba por torná-la uma das principais barreiras sociais enfrentada hoje. Divulgar é fundamental para que mudanças aconteçam.

Consulte sempre um profissional da Saúde Visual!

Fonte: Marcelo Tetila Banar – Técnico Óptico | Bacharel em Optometria | Pós Graduado em Saúde Pública

Artigo redigido para a Revista Educação Profissional e está disponível na página 9 da Edição nº 5.