Conheça a Evolução e a Importância da Educação a Distância – EAD
Se pesquisarmos sobre o significado da palavra estudar, encontraremos no Dicionário Aurélio, a seguinte definição: “fazer o possível para conhecer ou aprender”. Neste contexto, cabe às instituições de ensino e ao seu corpo docente, encontrar formas de proporcionar este conhecimento ou aprendizado com qualidade. Seja em sala de aula, com a presença de aluno e professor, ou na educação a distância, onde a utilização da tecnologia é ferramenta fundamental para uma maior interação e aprendizado.
Na educação a distância, o comprometimento dos alunos e apoio por parte dos professores é primordial para que o processo ocorra de forma satisfatória. Esse formato de ensino consegue levar o conhecimento a muitas pessoas e é também conhecido como EAD.
O Decreto nº 5.622 de 19 de dezembro de 2005 em seu artigo 1º, diz o seguinte: “caracteriza-se a Educação a Distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem, ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, e com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.”
Na visão de Affonso Quinelato, 2014, na Educação a Distância, o estudante é o protagonista no processo de aprendizagem e, sendo assim, é necessário que esteja disposto a buscar as informações e construir seu conhecimento, formular um planejamento de estudo que promova o cumprimento das atividades educativas.
De acordo com a Associação Brasileira de Ensino a Distância, a história da EAD no Brasil começou em 1904, quando no Jornal do Brasil foi encontrado um anúncio nos classificados oferecendo curso de datilografia por correspondência. A partir desse registro é possível observar vários outros fatores que nos remetem ao início do ensino EAD.
Na década de 20, tínhamos cursos transmitidos por rádios, que era a tecnologia máxima daquele período. Os materiais eram impressos e os estudantes aprendiam português, francês, e temas relacionados à radiodifusão.
Nas décadas de 40 e 50, surgiram os cursos sobre temas profissionalizantes, liderados pelo Instituto Monitor. Mais tarde pelo Instituto Universal Brasileiro e pela Universidade do Ar patrocinada pelo Senac e pelo Sesc.
Entre 60 e 70 os indícios de que este seria o caminho já estava praticamente definido, pois surgiram nessa época várias iniciativas de EAD para acesso à educação voltada aos adultos, com a intenção de promover a inclusão destes a educação. Posteriormente, novos cursos surgiram, como por exemplo, o ensino fundamental completo.
No final dos anos 70, em Brasília, inicia-se a primeira experiência de EAD nos cursos superiores. Nesse período, muitos brasileiros já acompanhavam os telecursos transmitidos pela TV.
Em meados dos anos 90, as instituições de ensino passaram a utilizar a internet para publicar o conteúdo aos alunos. Até então, o material era impresso. Ainda, neste período, várias universidades formalizaram seus cursos no EAD. Em 1996, surge a Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação. No mesmo ano a EAD no Brasil passou a contar com uma legislação abrangente que hoje garante, por exemplo, a validade de diplomas emitidos pelos cursos nesta modalidade.
Atualmente, a EAD tem sido ofertada por meio de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), que utilizam diversas ferramentas tecnológicas capazes de atender às mais variadas necessidades dos que buscam qualificação por este modo.
Conforme divulgado pelo Censo EAD.BR 2016, com a expansão do número de vagas no ensino superior e com o crescimento da oferta de cursos na modalidade a distância, a qualidade assume posição central diante do impacto das tecnologias e dos novos paradigmas educacionais. A educação a distância é uma modalidade de ensino distribuída em todo o território nacional. 37% dos respondentes do Censo têm suas sedes no Sudeste, 27% no Sul, 18% no Nordeste, 11 % no Centro-Oeste e 7% no Norte. Quando se fala em desafios em relação ao ensino EAD, o Censo demonstrou que 8 das 9 afirmações com as quais mais houve concordância dizem respeito aos cuidados que se deve tomar com a EAD em todos os aspectos, exemplo claro desse cuidado são as inúmeras ofertas sem autorização. Encabeçando a lista está a afirmação de que a EAD exige inovação em abordagens pedagógicas, inovação tecnológica e inovação de processos administrativos. Ainda, um alto padrão de infraestrutura, contratação de profissionais capacitados, formação continuada, desenvolvimento de estrutura de apoio aos alunos e estrutura administrativa complexa, fazem parte deste contexto.
A distância física entre professores e alunos e a comunicação com o uso da mídia também são inovações trazidas pelo método EAD, que se constituem num desafio para as instituições de ensino, já que o mesmo, alcança alunos que não poderiam estudar de outra forma.
Todos os níveis acadêmicos dispõem de ofertas de EAD no país. A grande maioria dos cursos são especializações lato sensu, com uma oferta de 1.098 cursos. Com 235 ofertas estão os cursos em nível tecnológico, 219 em nível técnico profissionalizante e 210 em licenciaturas. A grande presença de cursos técnicos e profissionalizantes, e mesmo das licenciaturas, reforça o valor do EAD na percepção dos alunos na questão da empregabilidade, pois estão focados na rápida inserção no mercado e na flexibilidade que o mesmo os proporciona. Nas áreas de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado), as ofertas são menos frequentes, com 25 cursos. No doutorado, 2016 foi o ano em que se registraram os primeiros 3 cursos em EAD. Os diferentes níveis da educação básica também apresentaram poucos cursos, com um total de 113. Assim, a EAD atende a todos os níveis acadêmicos e todas as áreas de conhecimento. O público feminino encontra-se em 54% nas instituições educacionais com fins lucrativos e 55% nas entidades sem fins lucrativos. Nas instituições públicas, a proporção é de 59% nas federais, 64% nas estaduais e 66% nas municipais. (CENSO EAD.BR 2016)
A educação a distância possui um longo histórico de evolução no Brasil e, com o desenvolvimento da tecnologia não se pode mais pensar em educação sem pensar na importância desta modalidade que, além de tudo, gera economia de tempo e dinheiro aos acadêmicos, que podem administrar suas atividades de acordo com seus ritmos, podendo gerenciar suas horas de ensino-aprendizagem, personalizando a interatividade entre tutor e demais alunos. A troca de visões proporciona experiências e bases tecnológicas que agregam valores aos envolvidos no processo, fazendo com que surjam sempre novas formas de aprendizado.
Com isso, os cursos a distância têm se tornado a resposta no processo chamado construção de pessoas, pois são elas que irão transformar suas realidades e tornar o país melhor e mais livre, já que a busca pela qualificação é constante e crescente.
Concluímos assim, que a educação a distância seja ela básica ou profissionalizante, cria novas perspectivas, amplia conhecimentos, supera desafios e transforma vidas, pois a ninguém pode ser negada a oportunidade de aprender. É assim que esta modalidade encontrará o respaldo que lhe é devido, formando profissionais aptos a inserirem-se no mercado e cidadãos prontos para transformar a sociedade. Pois já dizia Aristóteles:
“Porque qualquer dia, a qualquer hora e em qualquer lugar, é provável que algo de improvável venha a acontecer”.
REFERÊNCIAS
CENSO EAD.BR 2016: Relatório Analítico da Aprendizagem a Distância no Brasil disponível em http;//www.abed.org.br
AFFONSO, Suselei Bedin; QUINELATO, Eliane. Educação a Distância: Algumas Considerações a Respeito do Autogerenciamento da Aprendizagem pelos Estudantes – Revista Cientifica em Educação a distancia, v 4, nr,. 2, 2014.
http://www.ead.com.br/ead/como-surgiu-ensino-a-distancia.html
https://dicionariodoaurelio.com/estudar
http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/D2494.pdf
http://www.rep.org.br/pdf/97-6.pdf
http://temasdaeducacao.blogspot.com.br/2010/03/o-desenvolvimento-historico-da-ead.html
http://www.educacao-a-distancia.com/historico-da-educacao-a-distancia-2/
Fonte: Elisabete Almeida
Artigo redigido para a Revista Educação Profissional e disponível nas páginas 16 e 17 da Edição nº 5.